Confira a entrevista com o Engenheiro Serginho e veja a Retrospectiva da Agricultura em Reserva em 2013
Tribuna – Como foi o desempenho da agricultura no ano de 2013 ?
Sergio – Para algumas culturas o desempenho foi muito bom, a exemplo da Soja, que vem dando um retorno financeiro muito bom nos últimos 03 anos. Nesse ano de 2013 não foi diferente somado ao fato de o clima ter contribuído para uma boa produtividade e os preços se mantiveram num bom patamar no decorrer da colheita, com preços médios de R$ 55,00 a saca de 60 Kg.
Tribuna – A área de soja tem crescido no municpio de Reserva-Pr. Ao que se deve esse aumento?
Sergio- O continuo plantio de Feijão pelos pequenos e ate médios produtores, vinham reduzindo gradativamente a produtividade desta cultura alem de fatores climáticos adversos ,como baixas temperaturas no inicio de desenvolvimento vegetativo, chuva na colheita e oscilação de preços no momento da colheita, levaram o produtor a migrar para a cultura da soja, que alem do plantio ser mais tarde (final de outubro) a cultura é resistente as oscilaçoes climativas, as variedades plantadas tem potencial produtivo, e o mais importante é que o mercado tem remunerado muito bem os produtores , que tem condição de investir na cultura com bom retorno financeiro.
Tribuna – A tendência então é que a cultura do feijão desapareça no nosso municipio?
Sergio – Não! Alguns produtores ainda cultivam essa cultura mas em pequenas áreas , e atualmente médios e grandes produtores tem plantado áreas maiores utilizando o método de colheita mecânica, já que a difilculdade de encontrar Mao de obra disponível no momento da colheita esta difícil aqui em Reserva.
Tribuna – E a cultura do Milho?
Sergio – Muitos produtores destinavam 30% ou total de sua área para esta cultura. Os pequenos produtores faziam a sucessão Fejao-Milho. Com a substituição do Feijao com a Soja por parte dos pequenos produtores e o mercado favorável da cultura de soja os médios e grandes produtores deixaram de plantar esta cultura também. O resultado foi uma drástica redução da área de plantio já que a cultura do milho apresenta maiores riscos de perdas, tanto climáticos como também em relação aos preços pagos no momento da colheita.
Tribuna – E o Tomate? Principal cultura do nosso municipio, que foi noticia no Brasil inteiro no mês de abril, onde todos os meios de comunicação comentaram sobre os altos preços do fruto no mercado?
Sergio – Na verdade, muitas noticias que a mídia explora nos meios de comunicação é sensasionalista. O que ocorreu na época, é que as produções de todas as regiões brasileiras estavam muito baixas ou nem existiam em determinadas regiões , em função da queda no plantio e das interperies climáticas, associado com o ataque de pragas e doenças que culminaram numa baixa produção a nível nacional. E com e Lei do mercado funciona de acordo com a oferta e procura, a grande escassez desse fruto no mercado fizeram o preços explodirem de um dia para o outro. Porem os produtores de Reserva, estavam colhendo as suas lavouras com baixa produtividade com uma media de 100 a 120 caixas por 1000 pes, onde o normal era colher 250 a 300 caixas por 1000 pes. Diante disso mesmo com os preços daquela época girando entre R$ 50,00 a R$ 70,00 a caixa, o faturamento do produtor foi baixo em razão da baixa produtividade. Alguns produtores conseguiram obter uma produtividade razoável, e tiveram um faturamento satisfatório, mas no geral os produtores apenas cobriram os custos de produção.
Tribuna – E a safra do final de ano de 2013, como foi?
Sergio – Muito ruim. Alem da baixa produtivade em função do clima instável que prejudicou o desenvolvimento da planta , no momento da colheita os preços estiveram bons, somente no inicio da colheita e na semana que antecedeu o Natal. Como a data do Natal foi bem no meio de semana , praticamente a semana do Natal e do Ano Novo e mercado parou. As vendas de tomate caiu significativamente, e muitos produtores perderam frutos no barracão e na lavoura. Somente nos final de semana que antecedeu o Natal é que os produtores conseguiram um preço bom de R$ 30,00 a R$ 35,00 a caixa, e na semana do Natal e Ano Novo os preços caíram para R$ 10,00 a R$ 12,00 . Portanto o ano de 2013 não foi bom para a maioria dos produtores, com excessao a aqueles que antecipou a colheita e conseguiram bons preços no inicio da colheita.
Tribuna – Cada ano é diferente um do outro ?
Sergio – Sem duvida nenhuma! Por isso que devemos valorizar muito o produtor rural, que luta contra as interperies climáticas, Ministerio do Trabalho, Leis do mercado (oferta x procura) e continua labutando nessa atividade que em determinada safra proporciona alegria ao produtor e em outras decepções que muitas vezes são irreversíveis.