Projeto aumenta em 40% a produtividade do leite e é debatido no Sudoeste
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o presidente da Emater, Rubens Niederheitmann, participaram nesta quinta-feira (25), em Francisco Beltrão, de encontro com lideranças e representantes de organizações que integram a cadeia produtiva do leite no Sudoeste. Eles vão discutir estratégias para a solução de entraves que ainda afetam a sustentabilidade e rentabilidade da atividade.
O Sistema Estadual de Agricultura trabalha na região, com a Associação dos Municípios do Sudoeste (Amsop), Agência de Desenvolvimento do Sudoeste e Senar, implementando o projeto Leite Sudoeste. Segundo o gerente regional da Emater de Francisco Beltrão, engenheiro agrônomo Orley Jayr Lopes, é esta ação que também estará no centro do debate nesta quinta-feira. “Trata-se uma iniciativa que dá ao produtor maior segurança, melhora a qualidade do produto, gera mais renda e qualidade de vida para as famílias que vivem no campo.”
O trabalho feito pelo Governo do Estado busca a profissionalização dos criadores, levando tecnologia e orientação para uma gestão mais eficiente das propriedades. Segundo Orley, as famílias atendidas, nos últimos três anos, saíram de uma produtividade média de 10 litros de leite por vaca por dia para 14 litros de leite por vaca por dia, um aumento de 40%. “Essa evolução é atingida com mudanças nos sistemas de manejo do rebanho, investimento em genética e cuidados com a pastagem.”
Para divulgar a proposta tecnológica, a Emater conta na região de Francisco Beltrão com a colaboração de 294 famílias de produtores que aceitaram seguir à risca todas as orientações dos técnicos e transformaram suas propriedades em unidades de referência. “Nessas propriedades, a gente realiza reuniões, dias de campo e encontros para mostrar na prática, para outros produtores do município ou da região, todas as alternativas que podem ser adotadas para incrementar os ganhos com o negócio leite. São soluções que consideram a tradição regional de produzir o animal a pasto usando apenas um pouco de ração para suplementar a alimentação do dia”, diz Orley.
O trabalho dos extensionistas também reflete na melhoria da qualidade do produto. “Temos um resultado que interfere de forma positiva em toda a cadeia produtiva. No caso específico dos criadores, notamos que eles chegam a ganhar até 15% a mais na hora da venda, graças a diminuição da contagem de bactérias e aumento dos teores de proteína e gordura”, explica o gerente da Emater.
O Sudoeste tem cerca de 50 mil estabelecimentos agropecuários, deste total próximo de 30 mil tem a bovinocultura de leite. A produção anual chega a 1,18 bilhão de litros com uma receita estimada de R$2 bilhões.
“Diferente das safras agrícolas de feijão, milho e soja, esta atividade promove a entrada mensal de dinheiro na economia do município, dinamizando esta economia e de dando às famílias segurança para arcar com os seus compromissos e até facilitando a realização de melhorias em suas propriedades”, analisa Orley. Da AEN.