Saúde e bem estar- Uso de laxantes
Cleide Vidal Hoinocz Farmacêutica CRF-PR 21811, Pós-graduanda em Farmácia Estética.
Olá queridos leitores!
Já escrevi aqui sobre a constipação intestinal, estava devendo a matéria sobre os laxantes. Hoje vou falar sobre a diferença entre eles e seu uso excessivo, mas adianto que ele não é um vilão e deve ser usado sim nos pacientes que têm problemas intestinais.
Com a popularização dos medicamentos, é muito comum conhecermos pessoas que buscam, por conta própria, por remédios para diminuir a prisão de ventre e incômodos intestinais. Estamos falando dos conhecidos laxantes. Seja para diminuir dores, diminuir a própria prisão de ventre ou até mesmo para “desintoxicar” o corpo, eles são procurados com freqüência.
O que são laxantes?
Os laxantes são medicamentos com a função de facilitar a evacuação em quadros de constipação e, apesar de ter sempre a mesma finalidade, existem diferentes tipos disponíveis no mercado, sendo eles: osmóticos, estimulantes, amaciadores e formadores de massa.
Tipos de laxantes:
1) Osmóticos: Os laxantes do tipo osmóticos são aqueles que estimulam a absorção de água no intestino com o objetivo de amolecer as fezes e facilitar a passagem pelo reto. Seu efeito, geralmente, demora mais variando de dois a três dias para ser notado. Exemplo: lactulose, polietilenoglicol e hidróxido de magnésio.
2) Estimulantes: Os estimulantes são laxantes de ação local, ou seja, agem diretamente no intestino. Estimula o movimento natural do intestino, o que promove o acúmulo de água dentro do órgão, hidratando mais as fezes e facilitando sua eliminação. Exemplo: bisacodil, sene e picossulfato de sódio.
A ação do laxante estimulante é de 6 a 12 horas depois de ingerido, ou seja, bem mais rápida que o osmótico.
3)Amaciadores (ou emolientes): esse tipo de laxante permite que a água penetre nas fezes, fazendo-as amolecer e ter uma passagem melhor pelo reto. Eles também podem ser chamados de emolientes, uma vez que pode conter óleo mineral em sua composição, o que permite a lubrificação da massa fecal. Exemplo: docusato de sódio e óleo mineral.
4) Formadores de massa: os formadores de massa aumentam o peso (volume) das fezes, aumentando assim o estímulo do intestino para eliminá-lo. Porém, seu efeito começa a partir de dois a três dias após a ingestão. Exemplo: metilcelulose e ágar-ágar.
Quais os riscos do uso excessivo de laxantes?
Os laxantes são muito populares entre as pessoas que sofrem de problemas intestinais e são de venda livre. Afinal, eles aliviam rapidamente a sensação de desconforto e inchaço causada pela prisão de ventre.
O principal problema em recorrer ao laxante com muita freqüência é que ele não resolve o problema da constipação. O paciente percebe que precisa evacuar, não consegue e recorre ao laxante, para repetir esse ciclo novamente depois de alguns dias.
Com o tempo, o intestino pode se tornar dependente do remédio, passando a funcionar apenas depois dos estímulos do laxativo. A pessoa passa a ter que tomar doses cada vez mais altas, o que pode levar a problemas cardíacos ou renais devido à eliminação de eletrólitos importantes, como o cálcio, além de vitaminas e nutrientes.
Essa dependência ocorre porque o laxante irrita a mucosa intestinal. Com o tempo, essa irritação constante leva ao alisamento das estruturas chamadas haustrações, pequenas dobrinhas que ajudam a moldar as fezes e facilitam as contrações que ajudam na movimentação do bolo fecal pelo intestino.
A flora intestinal também sofre com o uso excessivo de laxantes. No intestino vivem milhões de bactérias que são grandes aliadas da digestão e que vivem em um delicado equilíbrio. Quando grande parte delas é eliminada na diarréia causada pelos laxantes, a digestão fica comprometida.
O maior problema é que o hábito pode impedir que o paciente descubra o que de fato está causando a constipação, podendo mascarar doenças como a diverticulose e o câncer colorretal.
Vale ressaltar que o bom funcionamento intestinal é fundamental para prevenir o surgimento de pólipos pré-cancerosos e muitos outros problemas intestinais como hemorróidas, fístulas e fissuras anais.
Quero deixar claro que o laxante não é um vilão e que deve ser usado sim com orientação do médico em situações em que são necessários, como idosos acamados ou pessoas com hemorróidas graves que sentem muita dor para evacuar.
No lugar do laxante, experimente beber pelo menos dois litros e meio de água por dia e incluir alimentos ricos em fibra como mamão, laranja e aveia na sua dieta. Caso não observe melhora no trânsito intestinal em algumas semanas, procure um coloproctologista para investigar a causa da constipação.
Aviso para as mulheres que são as que mais sofrem de constipação, que muitas dietas consideradas saudáveis podem afetar em cheio o nosso popular relógio biológico, dietas muito restritivas como low carb, cetogênica e dieta da sopa, podem diminuir as idas ao banheiro causando uma sensação de intestino preguiçoso, levando a buscar o uso do laxante, o importante é sempre consultar um nutricionista para orientar na dieta.
Dúvidas sobre o uso de laxantes? Venha até a Farmácia Doutor Desconto, estamos á disposição para atendê-los. Pensou Farmácia? Pensou Doutor Desconto!
Gilson Van Haandel, farmacêutico CRF/PR 24703
Cleide Vidal Hoinocz, farmacêutica CRF/21811
Sigam-nos nas redes sociais
Instagram: @doutordesconto
Facebook: Farmácias Doutor Desconto