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Saúde e bem estar- O que é a Coqueluche? Por que a importância da vacinação?

Cleide Vidal Hoinocz Farmacêutica CRF-PR 21811, Pós-graduada em Farmácia Estética Avançada.

O QUE É COQUELUCHE?

POR QUE A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO?

Olá queridos leitores.

Os casos de Coqueluche tiveram aumento neste ano de 2024, vamos conhecer mais sobre essa doença que se não tratada pode levar a óbito, lembrando que a vacinação é a arma mais importante que temos.

Situação no Brasil e no mundo

Em maio deste ano, a União Européia divulgou Boletim Epidemiológico constando aumento da doença em pelo menos 17 países, com mais de 32 mil casos foram registrados de coqueluche nos três primeiros meses de 2024, contra 25 mil ao longo de todo o ano passado.

No Brasil, alguns estados têm demonstrado aumento significativo nos casos da doença. No Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde registrou um aumento de mais de 300% de casos da doença até julho deste ano, comparado ao ano de 2023 inteiro. Na cidade de São Paulo foram 165 casos em 2024, número bem maior que os 14 registrados no mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

No Paraná a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) divulgou no início de agosto um alerta sobre o aumento de mais de 500% nos casos de coqueluche no Paraná em 2024, comparado ao mesmo período epidemiológico de 2023.

Coqueluche:

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível, causada pela bactéria (Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises de tosse seca. Pode atingir, também, traquéia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Um dos maiores fatores de risco para a coqueluche é a falta de vacinação:

As crianças adquirem imunidade à doença quando tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Os adultos mesmo vacinados quando bebês podem estar suscetíveis a doença pelo fato da vacina ter seu efeito diminuído com o passar do tempo.

Sintomas, a coqueluche evolui em 3 fases sucessivas:

1- Fase inicial (catarral)

Começa como um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa e freqüente evoluindo para crises de tosse mais intensa.

2- Fase de tosse intensa (paroxística)

Pode não apresentar febre ou apresentar febre baixa, mas em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. A tosse se torna muito forte e incontrolável, com crises súbitas e rápidas que podem causar vômitos. Durante essas crises a pessoa pode ter dificuldade para inspirar, apresenta rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose) e, às vezes, fazer um som agudo ao inspirar (guincho).

3- Fase de recuperação (convalescença)

A tosse começa a diminuir em freqüência e intensidade, mas pode persistir por duas a seis semanas ou por até três meses. Infecções respiratórias de outra natureza, durante essa fase, podem fazer a tosse intensa (paroxismos) voltar temporariamente.

Diagnóstico:

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames: Coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR em tempo real. Como exames complementares, podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax.

Transmissão:

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco freqüente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e raramente, até 42 dias.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, conforme cada caso e dependendo da avaliação médica e dos exames. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, freqüentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.

Como prevenir?

A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.

Confira o esquema de proteção no Calendário de Vacinação:

A coqueluche é uma doença endêmica, com epidemias surgindo ciclicamente a intervalos de três a cinco anos. A suscetibilidade à doença é geral.

O indivíduo torna-se imune em duas situações:

•ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente);

•pela vacina, mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP).

Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente.

Vacine-se a prevenção ainda é o melhor remédio!

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Gilson Van Haandel, farmacêutico CRF/PR 24703.

Cleide Vidal Hoinocz, farmacêutica CRF/21811, pós-graduada em Estética Avançada.

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