Saúde e bem estar- Dezembro laranja e o câncer de pele
Cleide Vidal Hoinocz, Farmacêutica CRF-Pr 21811, Pós Graduada em Farmácia Estética Avançada.
Olá queridos leitores!
Hoje vou falar sobre o cuidado com a pele que não é só pela estética, como as manchas, melasma, envelhecimento, mas por um grande problema de saúde: o câncer de pele. Como farmacêutica na área da saúde e na área estética sempre oriento os pacientes sobre a importância do uso do protetor solar mesmo no inverno, em dias frios não vemos o sol, mas ele esta lá, então imagine com esse calor, pois vivemos num País tropical e convivemos com altas exposições solares praticamente o ano inteiro.
Estar em contato com a luz do sol é importante para a saúde e o bem-estar, afinal essa é a principal fonte de vitamina D. A deficiência de vitamina D resulta em mineralização inadequada do esqueleto, sendo mais prejudicial em crianças e em situações específicas.
A luz solar tem interferência, inclusive, no humor das pessoas. O grande segredo para essa relação se manter pacífica é a moderação. Isso porque a exposição excessiva e feita de maneira errada tem forte ligação com o surgimento do câncer de pele, uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal das células desse órgão.
Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) escolheu dezembro, mês marcado pelo início do verão nos países do hemisfério sul, para instituir a campanha “Dezembro Laranja”, buscando a prevenção e detecção precoce do câncer no maior órgão do corpo humano. Os cuidados vão muito além do uso de filtro solar. É preciso ter atenção aos horários corretos para se expor ao sol, evitando ampla exposição no intervalo entre 10h e 16h, além do uso de roupas e acessórios adequados (chapéu, boné, óculos, roupas com proteção ultravioleta, guarda-sol e sombrinha).
Tipos de câncer de pele:
Carcinoma basocelular: o mais prevalente dentre todos os tipos. O carcinoma basocelular surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Esse tipo de câncer surge mais freqüentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Certas manifestações do carcinoma basocelular podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada. O tipo mais encontrado é o carcinoma basocelular nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Carcinoma espinocelular: segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O carcinoma espinocelular é duas vezes mais freqüente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do carcinoma espinocelular, mas não a única.
Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os carcinomas espinocelulares têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessas e descamativas, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas.
Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.
Melanoma: tipo menos freqüente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos.
Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado hoje tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.
Cuidados para prevenção:
•Usar protetor solar, aplicar 30 minutos antes da exposição solar, distribuir uniformemente por todas as partes do corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés; reaplicar a cada duas horas ou menos, se houver transpiração em excesso ou se entrar na água.
•Invista em roupas e acessórios para evitar os efeitos do sol na pele, cubra áreas expostas com roupas apropriadas: calça e camisa de manga comprida; óculos escuros e chapéus de abas largas ajudam a proteger o rosto e o corpo.
•Não se esqueça de se hidratar muito, O clima quente e a exposição ao sol fazem com que o corpo perca muitos fluidos pelo suor. Por isso, é ainda mais crucial repor a hidratação dentro e fora dele. Aumente a ingestão de líquidos como água, sucos de frutas e água de coco.
A hidratação da pele também não pode ficar de fora, pois, um bom hidratante colabora com a manutenção da quantidade de água adequada na superfície corporal.
•Uma alimentação saudável e equilibrada ajuda na prevenção aos danos causados à pele pela exposição ao sol. Tente consumir regularmente frutas e legumes de cor alaranjada ou vermelha, como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois elas contêm carotenóides. Essas substâncias se depositam na pele e tem uma ação antioxidante.
Além disso, coma carnes grelhadas, alimentos crus e cozidos, frutas e legumes com alto teor de água e fibras e baixo de carboidratos, pois eles são boas apostas para auxiliar na hidratação do corpo, na prevenção de enfermidades e também para adiar os sinais de envelhecimento.
• Tenha uma atenção especial com as crianças. É importante ressaltar que os cuidados com a pele no sol devem começar já na infância, pois as queimaduras acumuladas desde os primeiros anos de vida têm relação direta com o risco aumentado do desenvolvimento do câncer de pele na vida adulta.
Para as crianças, é aconselhado o uso de um protetor para pele sensível. O uso de filtro solar deve ser iniciado a partir dos seis meses de idade.
•Qualquer percepção diferente na pele procure imediatamente um médico.
Dúvidas sobre Dezembro Laranja e o câncer de pele? Venha até a Farmácia Doutor Desconto, estamos á disposição para atendê-los.
Gilson Van Haandel, farmacêutico CRF/PR 24703.
Cleide Vidal Hoinocz, farmacêutica pós- graduada em Estética Avançada CRF/PR 21811.
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